- Filipa SousaAdministrador
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Ser farmacêutico - desmestificar o senso comum
Qua Out 08, 2014 9:20 pm
Como estudante de Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto sempre tive aquela ligeira "irritação" quando ouvia aquele comentário ingrato de pessoas (ignorantes, sem dúvida) que acham que um farmacêutico é um empregado de balcão que se limita a dispensar medicamentos e anda 5 anos a pastar "enciclopédias" pela Universidade.
Como já estou no 3º ano, cada vez mais tenho a noção da responsabilidade que é estar do lado de trás do balcão, todo o conhecimento que envolve dar uma simples recomendação ou responder a uma pergunta. O conhecimento básico que o cidadão comum tem (ou acha que tem) sobre medicamentos limita-se muitas vezes a coisas do género "tomo uma Aspirina quando tenho dores de cabeça ou então tomo uma colher de Bisolvon quando tenho tosse". Muitas pessoas (ignorantes, reafirmo) acham que o conhecimento do Farmacêutico se resume a ler a receita e procurar na gaveta (não esquecendo quem acha que o farmacêutico tirou um curso para decifrar a letra do médico -- ignorante mais uma vez porque atualmente as receitas não são escritas à mão).
Para dar um conselho numa farmácia o farmacêutico tem de conhecer a posologia do medicamento adequada ao doente, possíveis interações com outros medicamentos ou alimentos, a substância ativa, investigar se o doente é alérgico ou intolerante à mesma, verificar se aquele é o medicamento mais adequado para a sua condição. Claro que muito deste trabalho pode ser feito pelo médico, mas muitas vezes não é ou é feito incorretamente e sabemos que a maior parte dos doentes nem presta atenção ao folheto informativo (mais um aspeto de senso comum completamente errado: o folheto informativo ou bula é destinado ao doente e é facilmente entendido por qualquer pessoa, pois a sua linguagem é a comum; não é, de modo nenhum, destinado a profissionais de saúde, uma vez que estes têm acesso a outro documento denominado "Documento Técnico Comum" que esse sim tem linguagem mais técnica e científica).
Deve ser das profissões mais gratificantes e é daquelas em que mais os portugueses confiam (estudos comprovam).
No entanto, ser farmacêutico não é só estar atrás de uma farmácia e ser constantemente confundido com o Técnico de Farmácia. Para além do que disse acima o farmacêutico de farmácia comunitária pode preparar manipulados, ser proprietário de uma farmácia, administrar injetáveis, saber efetuar manobras de suporte básico de vida, tratar da gestão e marketing da farmácia, promover campanhas, aconselhamento personalizado, entre muitas outras coisas.
Isto para a farmácia comunitária.... Agora merece registo o seguinte: o farmacêutico pode trabalhar nos mais variados ramos pois o seu curso dá-lhe formação polivalente, passo a citar algumas das áreas possíveis:
Farmácia Comunitária
Farmácia Hospitalar
Distribuição Farmacêutica
Indústria Farmacêutica
Análises Clínicas
Marketing Farmacêutico
Controlo de Qualidade
Análises Microbiológicas
Análises Hidrológicas
Análises Toxicológicas
Indústria Agro-Alimentar
Cuidados Paliativos
Cosmética
Transporte e desenvolvimento de medicamentos
Outras com componente químico-biológica
Funções administrativas (em qualquer local acima referido)
Investigação
Ensino
É igualmente um erro, depois disto tudo, continuar a achar que há desemprego nesta área, porque simplesmente não se justifica.
Porque persiste então este estigma na sociedade portuguesa numa profissão que tem séculos e séculos de história?
Como diria o meu professor de Tecnologia Farmacêutica, atual Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa: "cabe a vocês, futuros farmacêuticos mudar a mentalidade dos cidadãos e fazê-los perceber o que é, realmente ser farmacêutico"
Ficaste mais esclarecido sobre esta profissão?
Também partilhavas o pensamento de uma boa parte da população portuguesa?
Alguma vez pensaste em optar por esta profissão no futuro?
Para mais informações podem consultar os seguintes sites:
http://www.ordemfarmaceuticos.pt
http://www.infarmed.pt
www.bayer.pt
http://www.ff.up.pt
Como já estou no 3º ano, cada vez mais tenho a noção da responsabilidade que é estar do lado de trás do balcão, todo o conhecimento que envolve dar uma simples recomendação ou responder a uma pergunta. O conhecimento básico que o cidadão comum tem (ou acha que tem) sobre medicamentos limita-se muitas vezes a coisas do género "tomo uma Aspirina quando tenho dores de cabeça ou então tomo uma colher de Bisolvon quando tenho tosse". Muitas pessoas (ignorantes, reafirmo) acham que o conhecimento do Farmacêutico se resume a ler a receita e procurar na gaveta (não esquecendo quem acha que o farmacêutico tirou um curso para decifrar a letra do médico -- ignorante mais uma vez porque atualmente as receitas não são escritas à mão).
Para dar um conselho numa farmácia o farmacêutico tem de conhecer a posologia do medicamento adequada ao doente, possíveis interações com outros medicamentos ou alimentos, a substância ativa, investigar se o doente é alérgico ou intolerante à mesma, verificar se aquele é o medicamento mais adequado para a sua condição. Claro que muito deste trabalho pode ser feito pelo médico, mas muitas vezes não é ou é feito incorretamente e sabemos que a maior parte dos doentes nem presta atenção ao folheto informativo (mais um aspeto de senso comum completamente errado: o folheto informativo ou bula é destinado ao doente e é facilmente entendido por qualquer pessoa, pois a sua linguagem é a comum; não é, de modo nenhum, destinado a profissionais de saúde, uma vez que estes têm acesso a outro documento denominado "Documento Técnico Comum" que esse sim tem linguagem mais técnica e científica).
Deve ser das profissões mais gratificantes e é daquelas em que mais os portugueses confiam (estudos comprovam).
No entanto, ser farmacêutico não é só estar atrás de uma farmácia e ser constantemente confundido com o Técnico de Farmácia. Para além do que disse acima o farmacêutico de farmácia comunitária pode preparar manipulados, ser proprietário de uma farmácia, administrar injetáveis, saber efetuar manobras de suporte básico de vida, tratar da gestão e marketing da farmácia, promover campanhas, aconselhamento personalizado, entre muitas outras coisas.
Isto para a farmácia comunitária.... Agora merece registo o seguinte: o farmacêutico pode trabalhar nos mais variados ramos pois o seu curso dá-lhe formação polivalente, passo a citar algumas das áreas possíveis:
Farmácia Comunitária
Farmácia Hospitalar
Distribuição Farmacêutica
Indústria Farmacêutica
Análises Clínicas
Marketing Farmacêutico
Controlo de Qualidade
Análises Microbiológicas
Análises Hidrológicas
Análises Toxicológicas
Indústria Agro-Alimentar
Cuidados Paliativos
Cosmética
Transporte e desenvolvimento de medicamentos
Outras com componente químico-biológica
Funções administrativas (em qualquer local acima referido)
Investigação
Ensino
É igualmente um erro, depois disto tudo, continuar a achar que há desemprego nesta área, porque simplesmente não se justifica.
Porque persiste então este estigma na sociedade portuguesa numa profissão que tem séculos e séculos de história?
Como diria o meu professor de Tecnologia Farmacêutica, atual Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa: "cabe a vocês, futuros farmacêuticos mudar a mentalidade dos cidadãos e fazê-los perceber o que é, realmente ser farmacêutico"
Ficaste mais esclarecido sobre esta profissão?
Também partilhavas o pensamento de uma boa parte da população portuguesa?
Alguma vez pensaste em optar por esta profissão no futuro?
Para mais informações podem consultar os seguintes sites:
http://www.ordemfarmaceuticos.pt
http://www.infarmed.pt
www.bayer.pt
http://www.ff.up.pt
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever (Clarice Lispector)
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