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carolpereira18
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Qualquer coisa como amor Empty Qualquer coisa como amor

Qua maio 22, 2019 9:14 pm
Gosto de paixões e de sentir as vibrações que isso me dá. Apaixono-me pelo deporto (quer praticá-lo ou vê-lo a ser praticado), apaixono-me pela leitura, apaixono-me por séries televisivas, filmes, músicas, lugares, comidas, momentos e ideias e ideais. A paixão é uma força da Natureza.

Já quando aplicamos o conceito de paixão a pessoas, a história é diferente; não só para mim, suponho, mas para muitos outros. Quando se trata do ser humano, é necessário definir o conceito de amor ; e para saber isso é preciso compreender o que é amar. “Amar”, no dicionário, significa gostar muito de/ apreciar, derivada do latim amare e que tem como base A-M oriunda de uma língua indo-europeia, cuja base originou também a palavra mãe. Amar é assim uma palavra que apesar de curta tem um significado complexo, existencial, pois para além de se ter de a compreender, também se tem de sentir.

Sentir é a chave para desvendarmos os segredos que a nossa mente transporta em torno deste conceito.

Quando seres racionais gostam um do outro, independentemente dos géneros e formas que esse amor possa tomar, existe um cortejo mútuo cuja duração não é tão relevante quanto a intensidade. O cortejo é um período de tempo difícil de qualificar, envolvendo avanços e recuos na relação. É algo difícil de definir, que envolve química e se traduz em sensações físicas (as borboletas na barriga) e emoções. É um processo natural para que dois humanos possam partilhar um sentimento e tornarem-se, em parte, um só.

Chegado o século XXI, a tecnologia e a ciência parecem cada vez mais interferir neste processo. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e assim a sociedade parece querer “despachar” tudo o que puder, incluindo o cortejo, negando a força que o processo tem. Com um horário bastante preenchido, os humanos estão a trocar o cortejo pela “busca” onde é mais fácil: sites dedicados, redes sociais, internet em geral. Quer através de online dating, blind dates ou reality shows, faz-se uma procura objetiva relativamente aos dados apresentados e a partir daí toma-se uma decisão. Por mais que as intenções sejam de certa forma boas, esta ação tem por consequência a banalização do “amor” e do que o envolve, chegando por vezes a ridicularizá-lo e a forçá-lo.

Dou um exemplo muito prático: “Casados à primeira vista”, programa que tem como objetivo juntar um casal de desconhecidos através do matrimónio. Através de análises minuciosas, intermináveis questionários e avaliações de profissionais, os psicólogos e cientistas juntam dois indivíduos no dia do seu casamento. O problema é que o comportamento humano não é totalmente previsível nem a sua personalidade matematicamente definida, permitindo que alguém tenha as características que se procura mas não sendo isso garantia de geração de “amor”. Após o dia do casamento e da respectiva celebração, o casal parte em lua-de-mel e depois vivem juntos durante um determinado tempo: basicamente fazem uma vida de homem e mulher, mas apenas se conhecem durante o processo. Aqui está o que eu referi anteriormente, este programa desvaloriza o conceito social de matrimónio. Sempre nos disseram que o casamento ocorre quando duas pessoas se amam genuinamente, mas de repente surge um programa em que duas pessoas se casam sem se conhecer.

Por estas razões me pergunto se tudo isto deve ser encarado de forma lúdica ou é mais uma nova realidade que temos que encarar; se hoje em dia a única forma de os humanos se apaixonarem é através da internet ou de programas como este e se algum dia ainda haverá interação real entre pessoas? Será que este estes programas são uma antecipação do futuro das relações humanas? Será que perderemos o desejo de conquista e interação que carateriza do cortejo? Será que as pessoas perderão a paixão?
Espero que as minhas questões sejam meras criações da minha cabeça, que ainda é possível haver amor idílico e natural, com cortejo, amor transparente e genuíno e que apesar das evoluções, se deixe uma linha bem clara entre o que é ciência e o que não pode ser determinado (sentimentos). Acredito que na evolução humana, a procura do que nos dá felicidade seja cada vez em torno do que a relação com os outros nos pode dar e não com o egoísmo que parece caraterizar esta evolução que vemos associadas às redes sociais.
Eu acredito na paixão e nas relações cortejadas como alavanca para um estado de felicidade renovado.
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