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2015.bpestana
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O diário de Anne Frank Empty O diário de Anne Frank

Seg Jan 23, 2017 6:55 pm
Ao iniciar o segundo ano do secundário, o estudante de décimo primeiro ano vê-se perante novos desafios literários: é esperado que se debruce sobre Frei Luís de Sousa, Amor de perdição e ainda Os Mais.

Se por um lado há quem aprecia o vocabulário complexo e a densa narrativa, não são raras as pessoas que o consideram um verdadeiro suplício. Por essa razão, fundamentarei ao longo deste texto, o porquê de ver O Diário de Anne Frank como uma alternativa a algumas destas obras.

Em primeiro lugar, é uma obra mais simples, de leitura muito menos penosa, que evitará que os alunos vejam como opção os tão estimados «resumos».

No entanto, o facto de ser uma obra de menos eloquência não invalida de forma alguma o valor e volume do seu conteúdo. Na verdade, a história de Anne Frank contem todo um peso histórico e humano, a que nunca Simão e Teresa se poderão comparar.

Desta forma, prossigo para o meu segundo argumento: Não é a actualidade da obra, algo tão prezado pela disciplina de Português? E haverá algo mais actual que a discriminação, o ostracismo ou a guerra? A verdade é que os horrores do Holocausto, descritos pela autora da obra, possuem hoje outra forma, outro rosto mas estão inegavelmente dispersos ou em construção um pouco por todo o mundo. Porque não deve o aluno ser alertado para tal, ao invés de obrigado a desmantelar as obras em gramática e recursos estilísticos? Infelizmente, como um dia um professor me confessou, a escola limita-se a estimular a nossa parte intelectual em vez da emocional.

E no entanto, O Diário de Anne Frank é uma obra capaz de moldar o ser humano, de construir valores e fortalecer a moral, de conduzir o aluno à autonomia, de, no fundo, formar os futuros adultos do mundo, que serão responsáveis por orientar a humanidade. Não deverá ser esse o objectivo da escola, afinal?

Em suma, acredito que a obra O Diário de Anne Frank seria uma alternativa muito vantajosa para os estudantes, que certamente a levariam no coração para o resto da vida, reconhecendo o seu conteúdo arrebatador e não obstante uma ou outra oração subordinada.
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