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catarina_2020
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Wuthering Heights, Emily Bronte Empty Wuthering Heights, Emily Bronte

Sex Out 02, 2020 10:02 pm
Tudo o que nos rodeia é repleto de amor. Cada um de nós é fruto do puro amor entre outros dois seres. E será este, possivelmente, o maior motivo do meu amor por romance.
Wuthering Heights trata-se de um romance escrito por Emily Bronte, retratando o amor entre dois seres, Catherine e Heathcliff, no séc. XIX. A autora explora o perigo de amar demais e o maravilhoso em amar alguém mais do que a si próprio, mais do que a vida, mais do que o oxigénio que respiramos. Explora uma paixão avassaladora que é capaz de levar qualquer um à destruição. Uma paixão que suponho poucos tenham a sorte de encontrar na sua vida.
Durante o tempo em que lia esta obra várias vezes me questionei: “Mas se alguém ama tão desesperadamente outro ser, como é que este é levado à destruição? Não é suposto o amor ser a salvação de todos nós? Se tão poucos, suponho, tenham a sorte de conhecer uma paixão assim, como é que estas duas almas não se destinam a se unir?”.
Heathcliff era mais Catherine do que ela própria. Catherine amava-o, mas ainda assim escolheu unir-se a Tom, pela riqueza, pela beleza, porque casar com Heathcliff fazia com que ela descesse de grau a nível social. Por vezes cada um de nós vai além do que quer, do que é simples. Se a vontade de ambos, Heathcliff e Catherine, fosse feita, nenhuma outra alma teria de sofrer. Em vez disso, estas personagens levaram-se à loucura, arrasando-se a si próprios e a seguinte geração.
Há quem diga que Catherine tinha as suas prioridades trocadas. Eu acredito que, dado ao século em que viviam, casar com Heathcliff, que tinha sido tão rebaixado, proibido de qualquer acesso à educação e obrigado a trabalhar desde tão novo pelo irmão de Catherine, seria o fim desta. O seu irmão era capaz de deserdar a mesma, e assim seria o fim não só para ela, mas também para Heathcliff.
Arrisco-me a dizer que o casal em questão estava condenado. Por tudo o que estes viveram, nem Deus nem o Diabo poderia separar os mesmos. Apenas a decisão de Catherine foi capaz de separá-los e assim, esta quebrou o seu próprio coração e o de Heathcliff no processo.
Este ansiava por vingança, decidindo castigar os filhos (sucessora de Catherine, sucessor do irmão de Catherine e, até mesmo, o seu próprio sucessor), já que não estava a seu alcance castigar os pais.
As decisões que cada um destes tomou afetaram todos ao seu redor, sendo esta uma grande lição que este livro nos dá. Com a tristeza das personagens a quem me afeiçoei, veio também a tristeza dos seus companheiros, e consequentemente, mais tarde, de seus filhos.
Percebo que te questiones se o que sentiam era verdadeiramente amor e não apenas uma ilusão, ou algo não correspondido. Percebo que questiones ou até critiques a forma de vingança que Heathcliff escolheu. Percebo que penses no sofrimento de todas as outras personagens, motivado por este casal que não teve, talvez, a coragem necessária para enfrentar tudo e todos e permanecer um com o outro. Mas este livro não é um conto de fadas. Relata algo real, e o que é real não tende a ser cor-de-rosa. O livro aborda a realidade e a complexidade de uma relação, especialmente no século em que se encontravam. Aborda a realidade, revelando uma imensa escuridão.

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