Tess of the D’Ubervilles, Thomas Hardy

Definitivamente um dos livros ingleses mais polémicos para ser publicado no séc. XIX. Um livro completamente obscuro, mas, simultaneamente, cheio de esperança e luz.
“Tess of the D’Ubervilles” é um choque para cada leitor que tem a sorte de pegar num tão brilhante romance. O livro conta a história de Tess Durbeyfield, dividindo-se em fases correspondentes aos acontecimentos e consequências destes na vida da personagem.
Tess é forçada a enfrentar os obstáculos mais desafiadores e aterradores possíveis, conhecendo pessoas que desgraçarão ainda mais a sua vida, sem qualquer tipo de piedade sobre a sua alma e sanidade. Tess é forçada a conhecer Alec D’Uberville, seu primo. Arrisco-me a dizer que esteve perante o diabo quando esteve na presença deste último. Cruel, egoísta, hipócrita… repleto de orgulho e pura maldade. Alec arruinará Tess das formas mais inimagináveis possíveis, nunca se arrependendo honestamente do que fez e proporcionou. A tão pura Tess passará pelo Inferno devido aos atos de alguém com quem partilha o mesmo sangue.
Tess vive uma vida repleta de escuridão, acreditando inúmeras vezes que, no seu caso, não existira algum tipo de luz no fundo do túnel. Não passava tudo de um largo e extenso túnel, repleto de maldade e sofrimento… um ciclo sem fim.
Tess tem a sorte de encontrar Angel Clare, por quem se apaixona profundamente. Vive a melhor fase da sua vida com este do seu lado, iludindo-se com a ideia de que todo o sofrimento tinha chegado a um fim quando, no fundo, era consciente do infinito e escuro túnel que seria a sua vida. E, assim, mais tarde, a escuridão tomou conta da sua vida de novo. Desvendar o seu mais protegido e sombrio segredo a Angel, reencontrar-se com quem destruiu a sua vida mais tarde e acabar completamente iludida e perdida... Todos estes terrores, todos estas poucas subidas, e descidas sem fim, levaram ao homicídio de Alec e Tess. É, de certa forma, um grande alívio para os leitores saber que antes da sua morte, Tess teve a oportunidade de se vingar por tudo o que o monstro que foi Alec alguma vez lhe fez.
A principal polémica depois do lançamento desta obra gerou-se em torno do seu subtítulo, “Uma mulher pura”. Existe toda uma discussão sobre o mesmo, onde alguns concordam plenamente e outros acham uma ousadia tal subtítulo. Lembrando que o livro foi escrito e publicado há séculos atrás, reconheço que a sociedade era composta por diferentes princípios e objetivos dos que possuímos nos dias de hoje, sendo assim compreensível certas opiniões dadas.
É esta, provavelmente, a obra que mais recomendo para leitura, não só por ser capaz de deixar qualquer um com os sentimentos à flor da pele e de falar com a sua alma, como também por ser uma leitura extremamente agradável.