ULNC - Uma Luz Na Caverna
Há muito mais para descobrir... Registe-se e venha discutir connosco!

Participe do fórum, é rápido e fácil

ULNC - Uma Luz Na Caverna
Há muito mais para descobrir... Registe-se e venha discutir connosco!
ULNC - Uma Luz Na Caverna
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Este fórum só permite textos de opinião ou resumos / tópicos relevantes sobre Filosofia, Ética ou Psicologia.

Ir para baixo
avatar
sofia_miranda
Aspirante
Aspirante
Mensagens : 15
Pontos : 39
Data de inscrição : 21/09/2021
Idade : 17

A estigmatização das doenças mentais nos media Empty A estigmatização das doenças mentais nos media

Dom Abr 24, 2022 4:03 pm
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as perturbações mentais são a “distorção do pensamento e das emoções resultante da desadequação ou agravamento do funcionamento psicossocial, que depende de fatores psicológicos, biológicos e sociais”.
Na sociedade atual, existe uma profunda desaprovação de certas características adjacentes às doenças mentais, por estas não estarem de acordo com a norma, à qual se chama “estigma”. O estigma está intimamente relacionado com a existência de estereótipos, ou seja, ideias preconcebidas e apreendidas sobre um determinado grupo social. Por estarem associados a sentimentos de aversão e repulsa, os estereótipos provocam uma resposta cognitiva e afetiva negativa (preconceito) e, consequentemente, uma reação comportamental (discriminação).
Boa parte dos estereótipos e da estigmatização presente na sociedade provém dos meios de comunicação. Vários estudos sugerem que as referências a doenças mentais são comuns nos mesmos e, geralmente, são realizadas de forma negativa, em detrimento da positiva.
As personagens com doenças mentais são frequentemente representadas como sendo violentas – enquanto estas são mais frequentemente o recetor, não o remetente da violência –, dramáticas – pela protagonização da sua infelicidade extrema, sem que seja verdadeiramente discutida a problemática em questão –,  indefesas e desistentes – sem oportunidades de recuperação, nem incentivo para a procura de ajuda, já que os especialistas da área são, também, retratados como malsucedidos e distantes, difundindo que pacientes com doenças mentais estão sozinhos e não têm a quem recorrer.
Adicionalmente, são geralmente descritas como “anormais”, a partir da utilização de linguagem depreciativa – “louca”, “maluca”, “perturbada” – e da utilização da sua condição como característica fulcral da sua personalidade – “paranoica”, “depressiva”, “esquizofrénica”. As narrativas apresentadas concentram-se, normalmente, no indivíduo com a perturbação mental, em vez de enquadrar a doença numa questão social, regularizam o facto de pessoas com doenças mentais terem necessidade de divulgar a sua patologia a todos que as rodeiam e retratam a doença mental como sendo intratável e irrecuperável. Consequentemente, os consumidores do entretenimento estão mais propensos a culpar um indivíduo pela doença.
Quando estes estereótipos prejudiciais são interpretados como sendo a realidade, existe também uma generalização excessiva nos retratos da patologia. Muitos acreditam que as pessoas com perturbações mentais são responsáveis pela sua condição, que estas são perigosas e imprevisíveis e que não possuem a capacidade de recuperar da sua condição prosseguindo com uma vida autónoma.
Assim, o estigma da doença mental reflete-se de forma prejudicial nos próprios doentes, impedindo-os de procurar cuidados de saúde, motivados pelo receio de rejeição e para evitar os “rótulos”. É, ainda, responsável pela própria desvalorização dos profissionais na área da saúde mental.
Dada a relevância que os meios de comunicação social assumem no quotidiano da maioria das pessoas e o facto de os diagnósticos de perturbação psicológica serem mais prevalentes do que nunca, é fundamental que as representações divulgadas ao público adotem uma perspetiva mais positiva, que incentive a uma postura apoiante, à não-estigmatização e à procura de ajuda, por parte daqueles que efetivamente apresentam este tipo de perturbações.

minguinha e isabelrocha27 gostam desta mensagem

Ir para o topo
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos