ULNC - Uma Luz Na Caverna
Há muito mais para descobrir... Registe-se e venha discutir connosco!

Participe do fórum, é rápido e fácil

ULNC - Uma Luz Na Caverna
Há muito mais para descobrir... Registe-se e venha discutir connosco!
ULNC - Uma Luz Na Caverna
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Este fórum só permite textos de opinião ou resumos / tópicos relevantes sobre Filosofia, Ética ou Psicologia.

Ir para baixo
avatar
ligia22
Aprendiz
Aprendiz
Mensagens : 25
Pontos : 69
Data de inscrição : 25/01/2022

 Assassinos (os originais)   Empty Assassinos (os originais)

Sex Jan 27, 2023 3:15 pm
Podemos afirmar que Hollywood tem um especial hábito e gosto por romantizar tudo o que toca a personagens-tipo, situações e até mesmo etnias e culturas inteiras através de estereótipos.

As profissões não escapam à luz dourada dos holofotes:  os hackers, provavelmente estão mais inclinados para esquemas pirâmide e contas bancárias de idosos do que propriamente entrar na base de dados do FBI e os arqueólogos raramente encontram artefactos perdidos que mudarão o curso da história… as atitudes dos mencionados são alteradas nos filmes, de forma a se tornarem mais interessantes.

Uma das ocupações que os estúdios utilizam nos seus filmes mais ambiciosos de ação é a de assassino.

Desde séries, filmes e jogos, basta olhar para os famosos Deadpool ou John Wick e somos facilmente levados a pensar que existe toda uma indústria de assassinos dispostos a recorrer aos métodos mais descabidos para “apagar” determinada pessoa.

O homicídio propositado de seres humanos existiu desde o início da nossa espécie, no entanto, a definição moderna que temos do assassino é a de como pessoa com grandes capacidades técnicas de luta, disfarce e inteligência que “elimina” outrem.
Esta personalidade existe graças a uma fação histórica que remete para há mais de mil anos: A Ordem dos Assassinos.

A Ordem dos Assassinos ficou conhecida como responsável pela morte de algumas das figuras mais poderosas do mundo e era liderada por uma personalidade enigmática e misteriosa conhecida por “velho da montanha”.

A organização operava no Médio Oriente e teve o seu pico de atividade entre os séculos XI-XII. Tratava-se de um grupo de indivíduos de grande fervor religioso, seguidores de um novo ramo do islamismo que começou no século XI (fruto de uma crise monárquica entre dois príncipes, que resultou na execução do mais novo).

Os seguidores desse príncipe executado foram exilados e fundaram uma nova religião intitulada
“Nizari Isma’lism”, liderados por “Hassan I Sabbah” (velho da montanha).

Na o que é a atual Pérsia, esta religião foi condenada como herética pelo governo, mas potenciada pela incrível capacidade de persuasão de Hassan para angariar novos seguidores.

Assim, foi lançada uma sentença de prisão para Hassan que, agora em fuga, procurava uma nova base para estabelecer a sua religião.

Esta base foi nem mais nem menos do que o Castelo de Alamut, uma fortaleza no Norte da Pérsia.  
A tomada deste castelo foi a primeira de muitas situações onde nos podemos maravilhar com o engenho de Hassan, cujo exército era demasiado pequeno para destronar os anteriores donos da fortaleza.  

Por isso, ele começou por converter as vilas e os seus habitantes, agora também Nizari. Estes conseguiram empregos no castelo e aos poucos Hassan obteve controlo sem que ninguém desse por isso e sem derramar sangue.

A sua generosidade nada adiantou dado que em pouco tempo viu-se ameaçado pelo governo novamente, este acompanhado por outras religiões asiáticas e pelas cruzadas cristãs.
Todos estes exércitos eram substancialmente maiores e mais poderosos do que os Nizari e foi precisamente este facto que levou à existência de assassinos.

Hassan começou a treinar os seus fiéis mais promissores criando um conjunto chamado “Fida’i”.
Estes indivíduos utilizavam técnicas de disfarce, manipulação, infiltração e furtividade para chegar aos líderes destas potências, matando-os em público da forma mais visceral e sangrenta possível para garantir choque e medo.

Os assassinos poderiam até passar anos a aproximar-se da sua vítima, tornando-se seus funcionários pessoais, infiltrando-se na sua guarda, ou até mesmo disfarçando-se de mendigo nas ruas, que atacavam inesperadamente.

Os assassinos eram conhecidos pela sua coragem e bravura inconfundíveis, muitas vezes perante missões suicidas numa conduta semelhante à dos samurais. Quando a sua missão estivesse cumprida estes raramente se defendiam dos guardas da vítima, rendendo-se assim à morte.

Pensa-se que esta coragem abnormal provinha do uso de uma droga – “Hashish”, utilizada para alcançar um estado de transe que permitia o foco numa missão. Na verdade, o suposto uso dessa droga é a razão pela qual surgiu a palavra “assassino”, uma modificação da palavra “Hashshãshiyin” que significa “utilizador de Hashish”.

Mais tarde, investigadores e historiadores levaram esta possibilidade ainda mais longe, alegando que utilizariam também o ópio num ritual de iniciação, que supostamente mostrava aos soldados o “paraíso” e os convencia a enfrentar a morte com alegria, pois assim chegariam ao referido.

Chegam a existir mitos e lendas que dizem que os assassinos Nizari provavam a sua obediência ao seu líder ao simplesmente atirar-se de lugares altos para a sua morte.

Daqui surge a mecânica conhecida nos jogos “The Assassins Creed” intitulada “Leap of Faith”.


Esta saga de jogos da Ubisoft é inspirada nesta fantástica e emocionante organização, no entanto, parece que a Ordem dos Assassinos era menos uma rede mundial que lutava por um mundo melhor como o jogo sugere, e mais como um conjunto de indivíduos que face à perseguição e ameaça à sua religião recorrera ao último recurso: o assassinato.


Sendo esta uma organização tão antiga, é impossível sabermos os detalhes reais, especialmente depois de alterações e hipérboles adicionadas por supostos historiadores ao longo da história.

O mito e exagero confunde-se com a realidade. Por exemplo, a utilização do Hasish é apenas sugerida e uma possibilidade; na verdade não temos acesso a qualquer prova de que esta era de facto uma prática.

Podemos apenas ter a certeza de que o conceito de assassino se iniciou nos astutos Nizari e perpetuou-se até à contemporaneidade.


 Assassinos (os originais)   Imagem12
Ir para o topo
Tópicos semelhantes
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos