A love language da Orquídea

Tive a ideia para escrever este texto ontem, quando a minha mãe se virou para mim e me disse: “Ema, a Rosa Maria vai fazer anos, vê se te lembras, temos de lhe comprar uma orquídea!”. Honestamente não sei se isto é tendência dos portugueses, ou se é algo europeu, mas acredito plenamente que seja português.
Quando é dia da mãe, as filhas passam pelas floristas, veem orquídeas e só para não serem “más filhas” compram lá a florzinha para a mãe. Quando é páscoa, lá vem os afilhados dar orquídeas às madrinhas. Quando uma mulher faz anos e não se sabe o que dar, porque não dar uma orquídea? Fica sempre bem.
Eu cresci com isto das orquídeas e nunca compreendi qual é a simbologia de oferecer uma orquídea porque há tantas flores e qualquer outra (sem ser estrelícias) me deixava mais feliz de receber do que uma orquídea. É que as orquídeas dão tanto trabalho para cuidar, não cheiram bem, e vamos admitir que não são assim tão bonitas. Sempre que me deram uma orquídea nos anos a minha mãe fica super feliz e na realidade é mais uma prenda para ela do que para mim, pois as orquídeas não aquecem nem arrefecem o meu coração, são banais.
Fui fazer uma breve pesquisa e percebi que as orquídeas são uma flor que simboliza o amor e o endeusamento feminino: as rosas são para o amor maternal, as vermelhas para o amor sensual, as brancas para um amor puro, etc. Após esta pesquisa compreendi o motivo por as mulheres darem orquídeas, mas mantenho firme a minha opinião, dar orquídeas tornou-se banal e, de certa forma, um fardo.
No entanto, não consigo deixar de ficar feliz, pois decifrei, mais uma vez, um código amoroso, e, assim, intitulo este texto – A love language da Orquídea.