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“O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde Empty “O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde

Dom Mar 05, 2023 11:04 pm
Este clássico de literatura gótica da autoria de Oscar Wilde foi publicado pela primeira vez em 1890, no entanto foi recebido com escândalo e classificado como imoral, sendo republicado um ano mais tarde pelo autor juntamente com um prefácio em defesa da arte e dos direitos de quem a cria.
No livro são retratados os princípios do esteticismo, um movimento artístico que defende a beleza como a essência da arte, e do hedonismo, um conjunto de teorias nas quais o prazer tem um papel central, assim estão avidamente presentes os temas da beleza, da juventude eterna, do prazer, da imoralidade e da corrupção da alma humana.
A história inicia-se em plena época vitoriana, quando o artista Basil Hallward conhece o jovem Dorian Gray, possuidor de uma beleza pura e angelical. Sentindo-se de tal forma inspirado pela aparência de Dorian, Basil pinta um retrato do jovem, esta pintura retrata de forma perfeita a beleza da juventude e da inocência de Dorian como se o retrato se fosse um reflexo da sua alma livre de corrupção. Entretanto, Dorian conhece um amigo de Basil, Lord Henry, um homem hedonista que cultiva o prazer, o belo e a juventude como valores absolutos. Esta ideologia de Lord Henry deixa Dorian perplexo, trazendo-lhe uma nova visão e opinião sobre a vida. Contudo estas novas ideias fazem Dorian ficar atormentado com a inevitável decadência da sua aparência. Assim o jovem exprime estar disposto a abdicar da sua alma para conservar a sua beleza e juventude, desejando que o retrato envelheça no seu lugar. De alguma forma o seu desejo é realizado, deixando Dorian livre para viver uma vida de prazeres e imoralidades sem restrições, preservando sempre a sua juventude e beleza pura, enquanto o retrato envelhece e regista todos os pecados e atos cruéis que corrompem a sua alma.
Na minha opinião este livro retrata de uma forma perfeita como o ambiente e a ideologia da sociedade em que vivemos afeta a forma como agimos e como pensamos. Dorian começa por ser um jovem humilde e inocente, apesar da sua enorme beleza, mas após ser exposto a uma sociedade em que a única coisa importante é a aparência, torna-se num homem vaidoso, fútil e arrogante. Esta nova personalidade de Dorian não se preocupa com as consequências dos seus atos nos outros, algo demostrado quando o jovem faz com que a mulher que em tempos amou, Sybil Vane, se suicide, devido à falta de consideração que Dorian tem pelos sentimentos de Sybil. Outro exemplo disto é também a forma como Dorian decide viver uma vida repleta de imoralidades, uma vez que nunca é julgado devido à sua aparência pura e inocente.
À medida que os pecados do jovem são cometidos, o retrato vai perdendo a juventude e a beleza que inicialmente possuía, uma representação da corrupção da alma de Dorian. Mesmo quando Basil descobre este facto e tenta ajudar o jovem, o mesmo rejeita, não acreditando nas palavras de Basil, e num momento de raiva comete mais um ato terrível.
Dorian apenas se apercebe da gravidade das suas ações quando alguém do seu passado o persegue para o castigar pelos seus pecados.
Penso que esta obra é uma leitura bastante importante, visto que nos alerta sobre como a obsessão pela beleza e pelo prazer nos destrói psicologicamente, tal como destruiu Dorian Gray.
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