Crueldade disfarçada

A discussão sobre touradas é muito complexa e envolve tradições culturais. As touradas são, cada vez mais um assunto de debates éticos e morais. 
As touradas têm uma longa história em Portugal, remontando aos séculos XVI e XVII. Originalmente associadas à nobreza e aos festivais reais, as touradas evoluíram para eventos públicos ao longo do tempo. O primeiro registo documentado de uma corrida de touros em Portugal foi realizada em Lisboa, em 1701. Desde então, as touradas tornaram-se parte integrante da cultura tradicional portuguesa, apesar de gerarem controvérsia em tempos mais recentes devido a preocupações com o bem-estar animal.
Há quem defenda este espetáculo como parte da herança cultural, destacando a importância histórica e artística do evento. Os toureiros alegam que as touradas enobrecem o touro e que este sente necessidade das touradas para morrer com dignidade. No entanto, esta ideia é completamente destituída de razão porque nenhum ser vivo necessita do sofrimento para se sentir digno.
Todavia, a maior parte das pessoas, felizmente, não é a favor desta exibição. Estas consideram uma forma de entretimento muito cruel, onde os touros são submetidos a intenso sofrimento completamente desnecessário. Os defensores dos direitos dos animais argumentam que a prática é incompatível com os valores contemporâneos de respeito e compaixão pelos seres vivos. Existem muitas outras alternativas culturais, apoiadas por toda a população, que não envolvem a exploração e sofrimento de animais, como teatros, concertos, visitas a museus, entre outros.
É urgente tomarem se medidas que proíbam a realização de touradas, já que é inaceitável que os animais sofram para gáudio dos humanos.