Liberdade de pensamento

Somos seres distintos dos outros. Pensamos, temos vontade própria, distinguimos o certo do errado e aprendemos com os nossos erros. Somos racionais, e esta racionalidade levou-nos ao conhecimento. Foram necessários milhões de milhares de anos para podermos agora dominar uma grande parte do nosso cérebro, e mesmo desta forma, ainda não o controlamos a 100%.
Achamo-nos donos da verdade, que se dizemos está certo, que temos vontade de escolher todo o rumo da nossa vida e as nossas escolhas surgem de uma ponderação cautelosa dos nossos valores. E se isto não for verdade? E se tudo isto estiver errado?
Não acredito de forma alguma numa total impossibilidade de escolha, mas também não acredito que tenhamos um voto em tudo o que acontece na nossa vida, mesmo esta sendo a NOSSA vida. Acredito que nesta sociedade que vivemos, mesmo que possamos dizer “sim” ou “não”, existe sempre algo ou alguém que nos influência a reconsiderarmos a nossa posição, até mesmo a tomar um lado completamente oposto.
E é aqui que entra a influência social. A influência social é o “ato de levar uma pessoa ou um grupo de pessoas a fazer algo que, a princípio, desconheciam e/ou não tinham em mente”. A influência não deve ser apenas visto como algo mau já que existe também um movimento de boa influência. Claro que o ato de influenciar em si não é o mais correto, visto que a pessoa em causa deixa de ter as suas próprias crenças em consideração, mas se o seu fim for benéfico para a população geral ou não danifique de maneira alguma qualquer coisa ou pessoa, este meio passa a ser de certa forma justificado.
A propaganda é um bom exemplo da (má) influência social sobre cada um de nós. A contínua repetição de uma mesma ideia faz com que deixemos de ser nós a pensar e a questionar-nos, simplesmente aceitando o que esta propaganda transmite. Pode ser política, religiosa ou simplesmente económica (marketing). Somos assim influenciados sem nos apercebermos e aceitamos uma ideia sem pesar as consequências desta tomada de posição.
E voltamos ao início da discussão. Somos seres racionais, mas de que nos serve toda esta racionalidade e poder da mente se nem somos nós próprios que escolhemos efetivamente os nossos valores e crenças?
Mas quanto a isto, nada pode realmente ser feito, irão sempre existir condicionantes para a nossa vontade, e por mais vontade que tenhamos, será que é realmente a nossa?

Todos somos diferentes. Cada pessoa é diferente da que está ao lado.
O pensamento muda, as atitudes mudam, a maturidade muda e até a maneira de sentir exatamente a mesma situação.
Mas uma coisa todos temos de ter em comum, respeito pela liberdade de pensamento.
Cada um é livre e está no seu direito de ter a sua opinião e a sua maneira individual de pensar. Esse pensamento também pode ser expressado, sempre com coerência e respeito.
Todos os seres humanos têm liberdade de pensamento, uns podem ser contra homofobia, por exemplo, mas também existe quem seja a favor. E isto está correto. Cada um tem capacidade de decidir e de pensar o que quiser. Nunca tentando impingir a ninguém ou manipular para ambos pensarem o mesmo.
Eu posso pensar sobre um determinado assunto que sou a favor e tu és contra, e está tudo bem. Simplesmente toda a sociedade deve permanecer com a ideia de que todos os que a rodeiam têm liberdade de pensamento, o que é ótimo, e só temos de aprender a respeitar.