Geração à rasca

Muito se tem falado sobre esta geração que parece não ter oportunidades, que desperdiça as que tem e que não cria novas, mas será mesmo esta a realidade? Quem é esta geração do mp3? Que trará ao futuro? Esta é para mim a pergunta fundamental, quem são e para onde nos levarão? Há futuro para a o nosso país, ou será o principio do fim do longínquo "Quinto Império"?!

André Rocha

É verdade que esta geração à rasca, maioritariamente constituída por licenciados, da qual poderei daqui a pouco tempo vir a fazer parte, é uma geração que parece não ter oportunidades de emprego; no entanto, o facto de estarem desempregados, não significa que não tenham oportunidades de emprego, talvez, em muitos casos, signifique que não estão dispostos a aceitar qualquer tipo de emprego.

Esta geração pensa que "carrega num botão" e o trabalho aparece feito como na Internet, pensa que a realização das suas tarefas do dia-a-dia está a distância de um clique, que tudo é automático, pensa que têm de ter um "emprego" e não um "trabalho". É preciso procurar, é preciso "sujar as mãos", é preciso dedicação e empenho.

Esta é uma geração muito privilegiada em comparação com todas as anteriores, é a geração da tecnologia: do ipod, do mp3, do mp4, do ipad, do computador portátil, dos jogos 3D, da PSP, do Messenger, do Facebook, da rede 3G, de todos esses aparelhos/aplicações que tornam o nosso dia mais agradável e lúdico, que nos roubam muito do nosso tempo a fazer coisas que em nada contribuem para o nosso crescimento cívico.

Não sei até que ponto esta "geração do mp3" vai ser melhor ou pior que as gerações anteriores. No entanto, pelas estatísticas às quais temos acesso, pelo rumo que as coisas estão a tomar, pela crise económica que o país atravessa, esta geração talvez não saiba ultrapassar certos obstáculos que a vida lhes impõe.

Esta é a geração que vive em casa dos pais, que não tem vida própria, que não constitui família, que tem medo de tomar as suas próprias decisões, é a geração da insegurança.

Por outro lado, sou da opinião que estas pessoas precisam de ser ouvidas pelos nossos governantes, porque elas têm razão em muitas das coisas que reclamam, mas também precisam de ser ensinadas, precisam de ter espírito de iniciativa, de se levantar do sofá, de arregaçar as mangas e deitar as mãos ao trabalho e perceber que se avizinham tempos difíceis.

Não estou com isto a criticar esta "geração à rasca". Estou apenas a dizer que é necessário alterar a mentalidade destes jovens, que precisam de crescer como pessoas e como cidadãos para se inteirarem das dificuldades da vida.

SIM! Eu acredito que há um futuro para o nosso país! O que é necessário é um esforço de todos para alterar a onda negativa, tanto económica como social que assombra Portugal e os portugueses.

Aproveito para deixar aqui a letra de uma música dos Deolinda "Parva que eu sou" que ilustra e retrata esta "Geração à Rasca":

Sou da geração sem remuneração
E nem me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'casinha dos pais',
Se já tenho tudo, p'ra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração 'vou queixar-me p'ra quê?'
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração 'eu já não posso mais!'
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

eu sinceramente penso que esta ideia "geração rasca" ou "à rasca" é quase um cliché, ou seja, é uma ideia pre-concebida que uma geração mais velha tem acerca de uma geração mais nova...
temos que ver o espectro social que esta geração tem: esta geração tem licenciados de alto valor cultural e que são verdadeiramente úteis, tem licenciados que tiraram conscientemente cursos de pouca saída profissional e tem aqueles que se manifestam por manifestar.
aquela manifestação na avenida da liberdade foi deveras impressionante por um lado mostrou que os jovens portugueses quando querem conseguem reunir-se e fazer algo mais ou menos organizado e que a juventude ainda tem um lado político e contestatário activo por outro lado foi um encontro ou uma manifestação enormemente demagógica.Passo a explicar: os jovens que lá estavam limitaram-se a passar esta mensagem:"Olá estamos aqui" em vez da mensagem mais completa e útil não só para eles como para todos os portugueses que é:"Olá estamos aqui temos estes problemas e apresentamos estas soluções.
Mas para compreender isto é preciso ver algumas das vicissitudes inerentes a ser português:queixar -se por queixar, estar mal mas deixar andar, ter problemas mas não mexer uma palha para os resolver, a mentalidade de ser governado porque governar atrai muitas responsabilidades. Isto é visto na nossa tão proclamada revolução de abril que nós dizemos assim de boca cheia e as vezes nem sabendo do que falamos: esta nossa revolução foi feita por militares que estavam revoltados com o antigo regime por causa de uma reforma de estatutos militares que deixavam mal ou desprestigiavam o estatuto de capitão.Vejam lá a nossa maior conquista a liberdade foi movida pelo interesse de uma classe pequena a que de repente tiraram os privilégios.Isto é o que realmente move portugal, a força motriz portuguesa são os interesses.

Gostaria de informar de uma nova "actualização" acerca deste assunto.

Criadores do Protesto da Geração À Rasca fundam o Movimento 12 de Março – M12M

Movimento 12 de Março nasce da iniciativa dos criadores do Protesto da Geração À Rasca e promete ser uma voz activa na promoção e defesa da Democracia “em todas as áreas da nossa vida”.

Lisboa, 15 de Abril de 2011 – Alexandre de Sousa Carvalho, António Frazão, João Labrincha e Paula Gil anunciam a criação de um colectivo informal, com o nome “Movimento 12 de Março – M12M”, como nova designação do grupo de amigos que lançou espontaneamente o repto para o Protesto da Geração À Rasca.

Os seus objectivos, imagem e áreas de actuação serão anunciados publicamente no dia 20 de Abril, quarta-feira, às 11 horas, em frente ao Museu do Fado, em Lisboa. Convidamos, desde já, todos os órgãos de comunicação social a estarem presentes.

Informam também que, para além do nome “Movimento 12 de Março – M12M”, a expressão “Geração À Rasca” foi registada como marca para evitar utilizações abusivas, nomeadamente em actividades com fins lucrativos, de cariz partidário, religioso ou violento.

Agora parece que o tema predileto das músicas portuguesas é a crise.
Deixo aqui mais um exemplo, este já bastante badalado e cantado por todas as faixas etárias.
Faz-me um pouco de confusão ver criancinhas que ainda não têm noção nenhuma da realidade a cantarem isto... Se soubessem o seu verdadeiro significado ou que o seu futuro poderá ser bastante cinzento...


Fica aqui a letra:

Para mim e pelo que os meus pais e outros adultos me têm contado, esta nova geração está a ser prejudicada pela incapacidade dos nossos governantes conseguirem evoluir a economia e indústria do nosso país. E quem tem de arranjar o nosso país "estragado" pelos seus administradores somos nós a nova geração que tem muito poucas probabilidades de arranjar emprego dentro do país e a maior parte de quem arranja não ganha mais do que o salário mínimo. Será que vale a pena aos pais deste país sacrificarem se tanto para criar os seus filhos e dar-lhes todos os estudos e qualidade de vida possível para chegarem ao mercado de trabalho e não terem oportunidade de ser empreendedor.
Esta geração é que salvará Portugal e assegurará o futuro das gerações vindouras.

Falam desta geração, uma geração à rasca porque os jovens não têm qualquer iniciativa, não fazem qualquer esforço para conseguir alguma coisa,  não pensam no futuro, não são pró-ativos, pensam que as coisas aparecem sozinhas, não estão habituados a terem que batalhar para obter o que querem, agora na atualidade os pais é que trabalham para os filhos, mas não agradecem, um bom filho esforça-se para conseguir ser algo nesta sociedade em sinal de agradecimento aos pais.
Antes dizia-se que havia jovens burros, porque não iam à escola e não tinham ninguém para lhes ensinar, mas agora não se pode dizer isso, burro é aquele que pode ser ensinado mas não aproveita a oportunidade.
Mas acredito que existem também muitos jovens que vão orgulhar os seus pais e vão ser alguém neste mundo...
Temos que lutar para conseguir, não podemos desistir...

Hoje em dia, a maioria das pessoas tem uma má opinião acerca dos jovens: acham que são preguiçosos e destroem a sociedade… Mas o problema é que pensam que são todos iguais. Sempre existiram jovens assim noutras gerações, mas também existiam outros que eram muito boas pessoas. E será sempre sim, existirão sempre pessoas boas e pessoas más.
Esta geração não tem que ser diferente das outras. Os jovens podem ter más atitudes agora, mas isso não quer dizer que quando forem maiores não serão bem sucedidos.
Não sei se esta geração será o futuro do nosso país, mas penso que esta geração só tem a diferença de estarmos numa época mais moderna, o que também traz muitas vantagens.
Por isso, não penso que a juventude de agora seja diferente da de antigamente e que seja caso para dramatizar, apenas são outros tempos e as coisas mudaram. Esta geração poderá levar-nos muito longe, mas também é preciso acreditar e não desistir.

parece óbvio que esta geração é tão rasca (ou tão pouco rasca) como as anteriores. O que esta tem de diferente, pelo menos em relação às duas ou três anteriores, é que está muito mais à rasca do que elas - Falta de emprego, sensação de se estudar para nada vermos no futuro, indiferença, desprezo e até cobardia dos políticos que dizem tratar dos nossos problemas. A tudo isto assistimos com uma sensação de não podermos fazer nada para mudar, pois não se vê futuro.

Acho que essa coisa de "Geração à rasca" é generalizadora de mais.
É a primeira geração que, depois de lutar por um futuro melhor ao tirar uma licenciatura, não vê emprego garantido.
É portanto normal, algum descontentamento generalizado, promovido também pelo hábito que o bom português tem de se queixar por tudo e por nada.
É verdade que não estão a encontrar as facilidades e abundância a que estavam habituados até então, mas acho que esta dificuldade só os ajudará a saírem da zona de conforto e fazerem para além do esperado.
Acho que em vez de se autointitularem os pobrezinhas da "Geração à rasca", deviam-se esforçar por serem aqueles que, mesmo com mais dificuldades do que o esperado, conseguiram sobreviver.
Deviam aproveitar esse facto para desenvolverem o empreendorismo (que, por tradição, não corre no sangue português), aprenderem a ser felizes com menos, explorar novas maneiras de ganhar dinheiro como o artesanato, a pintura, etc.
Infelizmente, muita desta geração emigrou. Acho que não é um facto mau no seu todo se trouxer algumas vantagens futuras para Portugal e se se gerar uma maior diversidade de ideias a partir disso, como acredito que acontecerá.

Na minha opinião, esse conceito de "geração à rasca" não existe.
Eu acredito que quem se esforça, quem é realmente bom e quem tem espirito de sacrifício, mais dia menos dia vai alcançar os seus objetivos.
E para isso eu tenho um exemplo bastante simples: a minha empregada, uma senhora com pouco mais de 30 anos, trabalha em minha casa a tempo inteiro, mais num restaurante, mais noutras duas casas... e tem uma filha e marido.
para mim isto é um exemplo mais que obvio que a geração não é assim tão à rasca como dizem.
e depois conheço outros casos que preferem estar no sofá, a viver à custa dos rendimentos mínimos....ou entao têm os papas a sustentarem!
eu acho que as pessoas querem ser todas muito doutores,e ganharem balúrdios, desempenhar logo no primeiro trabalho um cargo de chefia... e a vida é uma construção de vivencias em que nós devemo-nos sujeitar a trabalhar num cargo pior a receber menos, por exemplo, para um dia mais tarde subir... aos poucos e pouco, não é tudo de uma só vez!
eu concordo com alguns pontos de vista aqui acima apresentados, mas temos que reparar que existe muita gente que também "não quer fazer nada" e eu a desses não tenho pena alguma.
A minha filosofia rege-se basicamente por me esforçar muito, alcançar os melhores resultados possíveis porque o bem é para mim, e ser flexível para poder ser alguém na vida,e, sobretudo independente!

As últimas gerações estão, realmente, a caminhar em gelo fino.
Porquê que o nosso estado gasta dinheiro no ensino destas gerações se elas vão aplicar o que aprendem fora do país? Isto nos casos em que realmente se empenham e fazem sacrifícios para trabalhar na sua área! Afinal, muitos jovens não parecem motivados para estudar visto que nem sequer têm esperança de conseguir um emprego cá.
É simplesmente impensável ter arquitetos e pessoas formadas nos cursos mais avançados a ter um ordenado até mais pequeno do que o de operadores fabris.
E ainda as pessoas que têm tantas dividas com o banco, compram casas e arrecadam empréstimos que não conseguem pagar, acabando a viver com os pais sem vontade de sair do sofá, pousar o tablet e o computador e sujar as mãos tentando trabalhar.
Estamos a entrar num futuro que lentamente vai caindo e já nem parece que se tenha tantas esperanças como as poucas que se tinha antes, parece que já nem vale a pena discutir estes assuntos ou reclamar aos responsáveis.

Nesta vida como esta hoje em dia, dificil a pessoa tem que estar preparada para qualquer coisa nao podemos apenas focar-mo-nos apenas numa unicamaneira de nos desenrascarmos temos saber um bocado de tudo, um bocado sobre cada coisa tal como agricultura, electricismo e ate um bocado de construção civil para conseguirmos sustentar-nos e aqueles que nos são queridos.
Daqui vai um conselho para todos, aprendam um bocado de tudo pois não sabemos o que é que nos espera no futuro!

Nesta vida como esta hoje em dia, dificil a pessoa tem que estar preparada para qualquer coisa nao podemos apenas focar-mo-nos apenas numa unicamaneira de nos desenrascarmos temos saber um bocado de tudo, um bocado sobre cada coisa tal como agricultura, electricismo e ate um bocado de construção civil para conseguirmos sustentar-nos e aqueles que nos são queridos.
Daqui vai um conselho para todos, aprendam um bocado de tudo pois não sabemos o que é que nos espera no futuro!