Integração dos emigrantes

Emigração é, por definição, um fenómeno espontâneo relacionado com o ato de estabelecer residência num país ou região diferente do local de origem. No nosso quotidiano lidamos, constantemente, com emigrantes que se estabeleceram nas nossas zonas de residência e aí constituíram família.
Porém, muitos consideram esta realidade muito incómoda, visto que julgam injusto estrangeiros habitarem junto as suas casas e “roubarem” os seus empregos ou clientes. Nesses casos surgem, frequentemente, agressões e problemas relacionados com xenofobia e racismo.
Quem somos nós para impedir alguém de procurar melhores condições de vida?
Na minha família existem inúmeros casos de familiares que estão emigrados nos mais diferentes países do mundo e, é com grande tristeza, que vejo as injustiças e problemas que eles enfrentam para serem aceites nos seus locais de emprego/habitação. Na minha opinião, isto só demonstra o quão egoísta é a sociedade atual. Para alguém é impensável ter um concorrente de negócios de outro país, já que isso poderá prejudicar o seu negócio, mas, não se importa com as dificuldades que essa pessoa terá enfrentado no seu país de origem.
Por outro lado, pensamos que para que esses emigrantes sejam aceites na nossa sociedade precisamos de os moldar à nossa imagem e semelhança, não permitindo a proclamação das suas crenças e costumes, alegando uma possível perda de identidade cultural. Eu questiono-me “Não ficaremos nós muito mais ricos se tivermos contacto com outras culturas e crenças?”. Por outro lado, considero errado que, muitas vezes, emigrantes tentem impor a sua doutrina nos países de acolhimento. Sou da opinião que todos devem preservar sua identidade, não a impondo, mas também não aniquilando a identidade do outro. Em suma, acho imperativo que os emigrantes comecem a ser aceites de forma digna e respeitadora pelos países que os recebem, integrando-os na sociedade de forma natural e aceitando as suas diferenças.

Emigração… uma palavra que me diz muito, mas que significa tão pouco para outras.
 Sou filha de emigrantes, e mesmo sendo portuguesa, não é a primeira vez que me dizem coisas como volta para o teu país, só queres roubar o lugar aos verdadeiros portuguesas, e a pior na minha opinião REFUGIADA, sim o meu pai é de um país que neste momento está a passar por várias dificuldades e quando as coisas se complicaram ele veio morar para Portugal, mas isso não significa que estejamos cá apenas para fugir e para enriquecer, porque se fosse esse o caso não estaria em Portugal, mas na França (país de origem da minha mãe).
 A palavra refugiada não me afeta no sentido em que me orgulho do percurso da minha família, mas quando é referida com aquele olhar de desprezo como se não merecesse estar aqui ou ter a vida que tenho, quando o meu trabalho e sucesso se resume apenas ao facto das minhas origens, ai sim afeta-me, irrita-me.
 O que eu quero dizer é que infelizmente a integração dos emigrantes não é tão fácil assim e eles ainda são vistos com completo desprezo por um grande grupo de pessoas. Se eu não sou emigrante e muitas vezes sou tratada a  baixo de cão como é que um verdeiro emigrante é tratado?
  A verdade é que outras culturas ainda são vistas como uma coisa completamente anormal e digo isto por experiencia já que fui toda a minha vida criada com costumes, hábitos e tradições de dois países estrangeiros, completamente opostos entre si e que de tudo diferem de Portugal. Muitas vezes, as pessoas olham-me de lado quando conto numa aula alguns dos costumes que a minha família tem principalmente no que se refere ao Natal pois celebro-o de uma maneira muito diferente da portuguesa.
  Acho que nas escolas já esta cada vez mais a ser debatido o assunto referente às diferentes culturas, mas também acho que ainda há um longo caminho a percorrer.

Para mim, a emigração está rodeada de muitos preconceitos e ideias pré-concebidas.
Nunca pensamos muito no coração daqueles que partem, em tudo o que eles têm de abdicar para ter uma vida melhor.
Quando se houve a palavra "EMIGRANTE" existe de imediato uma carga depreciativa associada a um snobismo.
Porque para a sociedade:
"EMIGRANTE" é exibicionista
"EMIGRANTE" é pouco formado
"EMIGRANTE" é vaidoso.

Mas a verdade é que o emigrante é um lutador e luta com a maior adversidade porque está num país que não é o seu e com gente que não é a sua.
MAS NÃO VERGA!
Mesmo quando é menosprezado e inferiorizado!!!
E porquê????
Porque é português e a sua alma não tem fim.

O emigrante é afável, simpático, sério e sobretudo competente e o seu trabalho é valorizado em qualquer parte do mundo.
Então, está na hora de lavarmos a nossa cabeça dos nossos preconceitos e respeitar todos os emigrantes como merecem.

Em cada partida, o nosso povo leva a SAUDADE, sentimento tão arrebatador que só tem nome em português.
E essa SAUDADE é tão sentida em todas as horas, em todos os dias, em cada alvorada e em cada crepúsculo, em todos os momentos em que estão longe do seu país.
Quantos deles não têm o nosso sol e a nossa luz...tão nossa...e tão deles....à distância.
Não refletimos muito sobre isto, mas somos uns sortudos porque vivemos num país extraordinário e nem damos por isso.
As horas de luz e de sol são muito superiores a muitos outros países e isso contribui para sermos um povo mais feliz.

Um GRANDE OBRIGADA ao emigrante que condensa todo um país em si mesmo e espalha o ser Português pelo mundo fora.

Porque ser português é ser MAR, é ser SAUDADE, é ser ALMA e é sobretudo ser PAZ!!!

Somos únicos e se para vencer, tivermos que partir...partiremos! Mas com um enorme orgulho no peito!

Nós somo o povo que teve uma Dinastia de Avis, um poeta chamado Luís de Camões, uma bandeira que simboliza esperança, coragem e luta e somos feitos de bravura que não temem os mostrengos que andam por aí.

SOMOS SAL, TERRA E SOL.... SOMOS PORTUGUESES...TODOS!
Todos os que vivem cá e os que vivem pelo mundo mas sentem em português!!!!!