The Picture of Dorian Gray, Oscar Wilde

“Eu não quero estar à mercê das minhas emoções. Eu quero usá-las, aproveitá-las e dominá-las.”
“A única forma de resistir à tentação é ceder a essa mesma. Resista, e a sua alma crescerá doente de desejo pelas coisas que se proibiu a si mesma.”
“Nada pode curar a alma a não ser os sentidos, tal como nada pode curar os sentidos sem ser a alma.”
“Foi já dito que os maiores eventos do mundo acontecem no cérebro. É no cérebro, e apenas no cérebro, que os maiores pecados do mundo acontecem.”
“Tu sempre gostarás de mim. Eu represento, para ti, todos os pecados que tu nunca tiveste coragem de cometer.”
“Os livros considerados imorais são os livros que mostram ao mundo a sua própria vergonha.”
“A Humanidade leva-se a si mesma demasiado seriamente. É o pecado original do mundo. Se o homem das cavernas tivesse sabido como rir, a história seria totalmente diferente.”
“Nos dias de hoje, as pessoas sabem o preço de tudo e o valor de nada.”
Dorian Gray é o personagem principal deste obscuro clássico. O livro desenvolve-se em torno deste homem absolutamente esbelto, portador de uma beleza extremamente pura (satisfazendo a visão de qualquer um), e de um retrato seu, obra de Basil Hallward. Este último possuía uma enorme admiração por Dorian, vendo-o como o centro de toda a sua inspiração, referindo que a qualidade da sua arte dependia deste.
O retrato referido é, considerado por Basil, a sua melhor obra. E é no processo da criação deste, que Dorian acorda a mais temida criatura por toda a população do século em que vive e, completamente inconsciente do poder das suas palavras e vontade, faz um pacto com o Diabo. Este pacto permite que o retrato envelheça com o passar dos anos e que seja marcado pelos pecados deste personagem ao longo da sua vida. Assim, Dorian mantém a sua juventude e beleza exótica, parecendo alguém puro e casto.
Somos consecutivamente surpreendidos pela crueldade do personagem nas suas ações, na sua forma de falar, nos seus pensamentos…. Diria que qualquer leitor foi desiludido pela sua falta de bom senso, bondade e pelo excesso de malícia e vingança que mostrou ter.
Recomendo esta leitura porque muda, sem dúvida alguma, a forma como olhamos e pensamos sobre certas coisas. Injeta-nos nas veias a total noção de brutalidade a que o ser humano pode chegar. É uma leitura rica em descrições, sem alguma vez se tornar aborrecida. Arrisco-me, ainda, a dizer que esta seja uma, se não a, melhor obra de Oscar Wilde.