Aos olhos do mundo

Nunca se questionaram sobre como os vossos familiares, amigos, conhecidos, desconhecidos vos viam? Como vos imaginavam? Se tinham ou não uma boa impressão vossa?
Nunca se questionaram se eram alvo de chacota da sociedade ou se eram um modelo que todos queriam seguir?
Nunca se questionaram se o que os outros veem é o vosso verdadeiro eu?
Nunca se questionaram se vocês imaginam o vosso próprio eu?
Bom, talvez eu até me questione imenso, embora não queira realmente saber o que os outros pensam de mim. Acho que queremos sempre ter uma noção de como nos veem. Se transpiramos as emoções corretas para todos de igual forma. Se inspiramos coragem, liderança ou se só nos veem como um alvo fraco.
A nossa visão aos olhos do mundo não depende realmente de nós porque as pessoas já criam uma pré-imagem nossa, muitas vezes sem sequer as termos olhado de volta. É estranho como a sociedade nos julga tanto com um simples olhar. É estranho, mas todos o fazemos... Quer seja involuntariamente ou não... Considero que é algo mais forte que nós, algo que já está connosco há mais tempo que o próprio tempo.
Aos olhos do mundo podemos tomar 1001 formas. 1001 personalidades. Talvez até nenhuma corresponda à nossa verdadeira, mas haverão todas essas variações nossas, como dialetos numa língua.
Para os meus pais: posso ser o filho perfeito; para os meus amigos: um amigo leal, porém falador; para desconhecidos: alguém arrogante.
Como saberei qual delas me corresponde?
Na verdade, nunca saberei.
Nós não conhecemos ninguém a 100%, nem mesmo o nosso próprio eu. Há sempre obscuras facetas por descobrir. Terríveis mistérios para desvendar. Há sempre algo novo a aprender.
Aos olhos do mundo eu sou uma nuvem. Uma nuvem que se transforma. Uma nuvem que cada criancinha vê de maneira diferente.
"Aquela é um cavalo!", "Eu vejo uma andorinha!", "A mim parece-me um carro!"
Aos olhos do mundo somos uma metamorfose.
Aos olhos do mundo somos atores. Atores que desempenham variadíssimas personagens, nenhuma haver com a outra.
Aos olhos do mundo somos um vazio. Um desconhecido. Um habit inabitado.
Aos olhos do mundo somos tudo; e não somos nada.
Aos olhos do mundo somos o mar. Tanto bons, como maus. Em dias calmos, em dias de tempestade. Perdidos ora encontrados.
Aos olhos do mundo somos castigados.

Aos olhos do mundo podemos ser o que nós próprios não vemos.
Todos nós nos conhecemos bem a nós próprios, todos sabemos o que queremos, ou o que gostamos e não gostamos. Mas será que isso passa para o mundo que nos rodeia?
Já pararam para pensar no que o outro vê de nós? Até os nossos pais por exemplo, será que nos vêm da mesma maneira que nós?
Todos gostamos de sermos bem vistos pela sociedade, de sermos aceites, mas será que isso é o que mais interessa? Ou o melhor será cada um seguir a sua vida sem essa preocupação?
Nenhum assunto é visto da mesma maneira por toda a gente. Nenhum assunto tem uma opinião unânime. Isso é bom, gera uma certa curiosidade em alguns para melhor descobrir o mundo, gera uma certa inteligência para olhar para o mundo.
Ninguém se deve importar com todos os olhares, mas sim com o dos mais próximos e principalmente o seu.
Para mim, cada um deve seguir o caminho que o faz feliz, fazer as escolhas que considera certas e demonstrar os seus próprios gostos sem medo de um olhar de crítica por parte de outros.