Sociedade Rotulada

Cada vez mais ouvimos aqueles comentário de: "Ai tem tatuagens... é rufia!"; "Tem piercings? É drogado!"; "Neste trabalho não devia usar tatuagens/piercings", estamos no século XXII e por isso as pessoas, a sociedade em geral já não devia pensar assim, porque a ideia que a humanidade deveria ter era de melhorar o mundo e não o atrasar ainda mais.
Por estes motivos e muitos mais, as pessoas cada vez são mais julgadas pela a aparência que têm e não por aquilo que realmente são!
Nós olhamos para uma pessoa e limitamos-nos a pensar dela o que achamos que é a verdade, mas na realidade a pessoa pode ser completamente o oposto, nós temos de conhecer a pessoa, os gostos dela, a forma dela pensar e agir e só depois concluir as coisas com fundamentos, temos de ser justos!
E essa palavra na sociedade atual parece completamente impossível de usar porque as pessoas não agem assim, para as pessoas apenas interessa a parte de fora, se é de cor ou não, se é rico ou pobre, se se veste bem ou não e isso não é o mais importante, o importante é termos pessoas em quem podemos contar tudo (em termos pessoais) e termos pessoas que sejam competentes (a nível profissional), porque nestes aspetos nada físico ou material conta, apenas conta a forma como a pessoa nos trata e trabalha ou seja a parte mais psicológica.
Em termos de tatuagens ou piercings, é assim, no meu ponto de vista eu penso que as pessoas têm direito de fazer do corpo deles o que quiserem e mas ninguém tem nada a haver com isso, porque quando se estão a tatuar ou assim não estão a incomodar ninguém, é com eles e só com eles. Quem disser o contrário a meu ver está errado, porque cada um tem a liberdade (sem prejudicar os outros) de decidir o que quer fazer com o seu corpo.

Para explicar isto melhor fui procurar um vídeo à internet e não podia ter encontrado um melhor. É uma publicidade que retrata exatamente este problema da sociedade atual.
"Leva-se 7 segundos para criar um preconceito baseado na aparência de alguém (...)"

Nua eu me sinto
Nesta sociedade de visão
Como o poeta tinha razão
Sobre esta perdição.

Desapegar-me,
era essa a intenção.
Quebrar estereótipos
De 1 geração.

Perdida eu fiquei,
Perdendo o que era
Perguntando o que sou.

Uma rosa pura
Nesta sociedade de ilusão.
Brilha, rosa,
Brilha mais forte do que a necessidade de integração.

João, pobre menino, se encontrava perdido. Perdido de si.
Não entendia. Não entendia o que se passava com ele, com sua mente: desinteresse repentino pelas coisas que a sociedade valorizava e interesse profundo por aquilo que a sociedade desprezava.
Enjoado pelo sistema, entediado por mentiras. Lutava! Lutava pela fé, lutava pelo amor, lutava contra um mundo cheio de ideias obtusas e perturbadoras, sozinho.
Jovem menino, tinha apenas 14 anos e já era desprezado pelo povo e já incomodava a sociedade. Contudo, era guerreiro, acreditava num mundo melhor. Mundo esse que quase o fez desistir da realidade, da triste realidade.
Perturbado pela loucura, despede-se da vida, se liberta da sua alma e depois disso não sentiu mais nada. Não pensou mais nada. Não lutou por mais nada. Não viveu mais nada.
João desistiu de se entender...

Nos dias de hoje é quase impossível evitar certos rótulos.
Uma pessoa tem piercings, já não é de confiança. Tem tatuagens, não é uma pessoa também já não deve ser de confiança. Isto tem de acabar!
A sociedade foi criando rótulos ao longo de uns anos. Esses rótulos foram criados através de uma forte generalização.
Cada um é livre de ser como quer, nada disso deveria influenciar a sua primeira impressão perante outros.
Mas a verdade é que isto acontece, e com muita frequência.
Na escola, por muitas vezes, se alguém faz com frequência asneiras, quando algo acontecer imediatamente pensa-se logo que terá sido esse alguém, mesmo que nada tenha tido haver.
Todos nós por já passamos por experiências menos boas com alguém, sempre que daí para diante alguém semelhante se cruze na nossa vida, iremos ser mais reticentes, inevitável. E isto acaba por ser um rótulo.
A sociedade deveria de acabar com rótulos muitíssimo generalizados. Dar oportunidade de conhecer a pessoa sem uma primeira impressão. Assim todos nós viveríamos num meio muito melhor e mais saudável.

Definição de Rótulo: Rótulo é uma peça geralmente de papel, com uma inscrição, legenda ou letreiro que serve para identificar um objeto ou informar sobre algo a ele fixado. Dentro da nossa sociedade, e de forma mais metafórica, pode também ser interpretada como um estereótipo social. Uma etiqueta que agrupa certos tipos de pessoas em determinados grupos ou classes. Muitos vêm este fenómeno como algo moralmente mau, contudo toda a gente acaba por rotular algo ou alguém.
Vivemos atualmente numa sociedade que a cada instante impõe rótulos às pessoas. Somos denominados pelas nossas escolhas, pelos nossos atos, crenças, cor de pele, nacionalidade,… (uma lista interminável). Todos estes julgamentos a que assistimos, em que se tratam as pessoas como meros produtos, são maioritariamente maldosos.
Rotular alguém é, na maior parte das vezes, atribuir-lhe um caráter inferior em relação aos restantes, julgar alguém apenas pela aparência, sem sequer conhecer devidamente a pessoa.  Se tem algumas tatuagens é "delinquente", se estuda e se esforça na escola é "nerd", se é cigano é "ladrão", quem nunca ouviu/viu isto? Infelizmente é muito vulgar na nossa sociedade.
Mas há um motivo para que os rótulos – ou pelo menos alguns deles – sejam aceites com tanta passividade: a necessidade do preenchimento do vazio. Estar sozinho é desolador, e é uma ideia que assombra muito as pessoas. Fugindo do vazio e da realidade, cria-se a própria simulação do que é real, vivendo sem rótulos. Cada indivíduo não poderia sonhar em não viver sem pertencer a algo ou alguém. Somos todos propriedades de outra coisa (pessoa, lugar ou ideia). Estamos presos não porque não sabemos sair, mas porque sabemos que sem os rótulos a limitar-nos, nada ficaria entre nós, sem razão e objetivos.
No entanto, porquê tudo isto?  Qual é a necessidade do ser humano classificar tudo e todos se somos todos iguais? A designação de raça nunca deveria ter sido criada, o que é que interessa ter a pele mais escura ou mais clara? Somos todos iguais! Não é a cor da pele, o estilo de roupa ou qualquer outra coisa que vai definir o que somos por dentro. Cada um é especial, é único, tem ideias diferentes, um visão diferente do mundo e não devemos classificar as pessoas por essas diferenças.

Mal eu vi o título deste tópico senti a necessidade de escrever sobre o mesmo. Infelizmente na sociedade em que vivemos, muitos sentem a necessidade de se colocarem em caixas, muitas vezes para serem aceites pelos outros. Isto já vem de trás, quando os escravos eram “inferiores”, enquanto o clero era superior devido à religião e a burguesia superior devido ao seu estatuto. Rotular, em sentido figurado, significa colocar etiqueta, tipificar ou comparar alguém com base em determinadas características.
Passamos a não ser definidos pelos nossos valores como seres humanos, mas sim a ser definidos pelo o que vestimos, os nossos hábitos e também as nossas preferências.
Foi agora na adolescência que comecei a dar conta da existência destes rótulos. Tento entender o porquê das pessoas “colocarem-se em caixinhas” como se fossem objetos. Um grande exemplo que me vem à cabeça é a comunidade lgbtqia+. Hoje em dia esta comunidade está cheia de novos nomes e definições para colocar a uma pessoa. Será mesmo necessário rotular uma pessoa tendo em conta a sua orientação sexual? Não querendo que me interpretem mal, até porque eu sei que há pessoas que não sabem em qual dessas “caixas” se encaixam, e acabam por criar aí um problema. Mas será isso um problema? No meu ponto de vista não, não precisas de te rotular para amar alguém, não importa o gênero da pessoa. Não só este exemplo, temos outros tal como a designação de raças. É um absurdo rotular uma pessoa pela sua cor de pele. O que importa se a nossa pele é mais clara ou mais escura? Isso não nos define como pessoas.
Toda a nossa sociedade foi se habituando a rotular as pessoas. Nada disto é necessário. Não é a tua cor de pele, o teu estilo de roupa ou até mesmo a sua condição financeira que te definem como pessoa.