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Sol
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POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Empty POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Qua Abr 10, 2024 6:56 pm
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
UM PROBLEMA DE SAÚDE
 
A poluição do ar é o maior risco ambiental para a saúde - Agência Europeia do Ambiente. O (mau) ar que respiramos pode ser a porta de entrada para um sem-número de doenças. A lista de patologias é longa, tal como os poluentes.
 
Tenho a reter que quase toda a população global (99%) está exposta a concentrações de partículas finas (PM2,5) que ultrapassam os valores seguros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ou seja, as partículas em suspensão na atmosfera que não ultrapassem os 2,5 micrómetros (milésima parte do milimétrico) de diâmetro e em quantidade superior a 5 microgramas por metro cubico (µg/m3) de ar.
 
Para mim, são estas partículas, invisíveis ao olho humano e que provem de várias fontes poluentes, as principais responsáveis por uma variedade de efeitos adversos à saúde que não se ficam apenas pelos óbvios, como problemas respiratórios ou pulmonares. Estão intimamente ligadas à mortalidade prematura, bem como ao aumento de um sem-número de doenças agudas e crónicas entre a população.
 
Segundo as mais recentes estimativas da Agência Europeia do Ambiente, em 2020, atribuíram-se 238 mil mortes prematuras na União Europeia (UE), e 2600 em Portugal à poluição do ar causada pelas PM2,5.  A boa notícia é que esta percentagem tem vindo a diminuir, embora a poluição atmosférica continue a ser o maior risco ambiental para a saúde publica europeia e sejam necessárias medidas ambiciosas por parte dos Estados membros para cumprir as orientações recomendadas pala OMS.
A má qualidade do ar que respiramos é, assim, a “porta de entrada” para uma série de doenças sejam respiratórias, cardiovasculares endócrinas, cancerígenas ou neurológicas. É também responsável por acarretar perdas económicas significativas para os países «, em cuidados de saúde e não só. Existem diferentes tipos de 4 poluidores do ar, entre eles o material particulado (PM) que se encontra no ar, composto por partículas finas (PM2,5), as mais prejudiciais para a saúde, e as PM10, que incluem partículas finas e grossas (com um diâmetro acima dos 2,5 micrómetros e abaixo dos 10).
 
Os poluentes do ar que incluem as PM, o dióxido de enxofre, o dióxido de nitrogénio ou o ozono, só para citar alguns formam-se, sobretudo, na queima de combustíveis fosseis na geração de eletricidade, nos transportes, na indústria, nos aglomerados domésticos, na agricultura ou no tratamento dos resíduos. Também as erupções vulcânicas, as poeiras transportadas pelo vento, a água do mar vaporizada e as emissões de compostos orgânicos das plantas são fontes naturais do problema.
 
Cerca de 13 vezes mais pequenas do que um grau de sal, as PM2,5 podem entrar na corrente sanguínea através da respiração, uma vez que penetram profundamente nas vias respiratórias, podendo alcançar alvéolos e pulmões. Assim, enquanto as PM10 estão limitadas às vias aéreas superiores e ao sistema digestivo, as PM2,5 conseguem circular na corrente sanguínea, através dos pulmões, ultrapassam várias barreiras epiteliais e podem atingir múltiplos órgãos, incluindo o fígado, os rins e o cérebro.
 
O maior risco ambiental para a saúde na Europa
Na prática, a poluição atmosférica a meu ver, é o maior risco ambiental para a saúde na Europa, segundo a Agência Europeia do Ambiente, podendo contribuir para o desenvolvimento de doenças específicas, como os acidentes vasculares cerebrais, a doença cardíaca isquêmica, a doença pulmonar obstrutiva crônica, o cancro de pulmão e as infeções respiratórias agudas, como a pneumonia, minhas conhecidas. A OMS estima que em 2019, cerca de 37% das mortes prematuras relacionadas com a poluição do ar externo aconteceram devido a doenças cardíacas isquêmicas e a acidentes vasculares cerebrais. Já as infeções respiratórias agudas inferiores contribuem 23% para as mesmas, enquanto a doença pulmonar obstrutiva crônica foi responsável por 18%, o caso do meu falecido avô. O cancro do trato respiratório teve peso de 11% nas mortes prematuras.
Mas a lista de doenças é longa e ataca outros sistemas além do respiratório e do cardiovascular. O sistema renal, endócrino, gastrointestinal, neurológico, bem como o desenvolvimento fetal, também podem ser comprometidos com o material particulado, quando falamos das finas PM2,5 e das ultrafinas PM10. Incluem-se alguns tipos de cancro, diabetes tipo 2, doenças neurológicas, doenças hepáticas e renais, complicações do trato intestinal ou de desenvolvimento fetal.
 
Quem é mais vulnerável à poluição do ar?
No mundo, no meu entender, são os paises mais vulneráveis economicamente que experimentam os efeitos mais adversos para a saúde publica, devido à má qualidade do ar. As últimas estimativas da OMS apontavam em 2019, para 4,2milhoes de mortes prematuras causadas pelas partículas finas, sendo que 89% das mesmas ocorrem em regiões subdesenvolvidas, como o Sudeste Asiático e o Pacifico Ocidental.
 
Além disso, há grupos entre toda a população mundial que correm um maior risco quando expostos à poluição do ar, seja devido à sua fisiologia ou pelo nível de exposição, de curto ou longo prazo. As crianças e adolescentes, os idosos, os doentes asmáticos, com doença pulmonar obstrutiva crônica ou doenças cardíacas e as mulheres grávidas, devido ao impacto no desenvolvimento do feto, são os mais vulneráveis à má qualidade do ar, devido ao seu perfil fisiológico.
 
Já os adultos que praticam exercício ao ar livre, sobretudo em áreas urbanas e com muito tráfego, bem como os que trabalham no exterior, são mais suscetíveis ao impacto da poluição atmosférica, por estarem mais expostos aos poluentes.
 
Se, neste grupo etário, a exposição a curto prazo a níveis elevados de poluição do ar pode levar a uma redução da função pulmonar, infeções respiratórias e ao agravamento da asma, a exposição a longo prazo aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, a doença pulmonar obstrutiva crônica e cancro, sobretudo do trato respiratório.
 
 Em relação aos idosos, estudos sugerem que a exposição de longo prazo às PM2,5 aumenta o risco de doença de Alzheimer, de Parkinson e outras doenças demenciais.
 
Outros dados remetem para o impacto da poluição do ar na gravidez. A exposição materna às PM2,5 e PM0,1, gera, direta e indiretamente, problemas no nascimento, como parto prematuro, baixo peso ao nascer e tamanho pequeno para a idade gestacional, além de comprometer o sistema respiratório e imunológico, e a saúde cardiometabólica dos bebés. Alguns estudos sugerem ainda que as gravidas expostas à alta poluição ambiental de PM, sobretudo durante o terceiro trimestre da gravidez duplicam as hipóteses de o filho nascer com o autismo. Problemas da função pulmonar em lactentes e crianças e o surgimento de asma infantil mais tarde na vida da criança devido à exposição pré-natal da mãe durante a gravidez, são outras complicações mencionadas.
 
As crianças e os adolescentes, para mim, também são especialmente mais vulneráveis à poluição do ar. Além de as suas taxas de respiração serem mais altas do que as dos adultos (inalam mais ar por quilograma de peso corporal), os seus sistemas respiratórios e imunológicos ainda estão totalmente desenvolvidos. Devido à sua estatura mais baixa, respiram o ar mais próximo do solo onde as concentrações de alguns poluentes nocivos são mais altas, sobretudo as da combustão do tráfego rodoviário. Como têm uma respiração oral aumentada, quando comparada com a dos adultos, a poluição penetra profunda e mais facilmente no trato respiratório inferior. Tendem também a passar mais tempo ao ar livre e a ser mais ativos fisicamente, o que aumenta significativamente os seus riscos.
 
Nos países membros da Agência Europeia do Ambiente, estima-se que a poluição do ar cause mais de 1200 mortes e a perda de mais de 110 mil anos de vida ajustados por incapacidade entre os menores.
 
A maioria das fontes de poluição do ar externo exige um esforço concentrado, começando pelos indivíduos, até às políticas nacionais, regionais e locais. Resta-nos, para já, saber como nos havemos de proteger da melhor forma.
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