Violência no Namoro

Muitas são as coisas que me fazem refletir no dia-a-dia, mas algumas causam impacto na forma como eu vejo o que quero e o que não quero na minha vida.
Uma destas reflexões aconteceu há pouco tempo e penso cada vez é mais visível. Falo da violência no namoro.
Vi um documentário que me demonstrou que esta realidade é muito mais complexa do que habitualmente pensamos.
Os protagonistas desta situações pertencem aos dois sexos, pois não é como pensa, ou seja, as raparigas são as únicas vítimas.
Algo comum a todos, tanto vítima como agressor, é a falta de autoestima. No agressor, pois precisa de fazer o/a outro/a sentir-se mal para se sentir mais forte. Na vítima, porque não consegue dizer “não” e “basta”.
Outra consideração importante sobre este tema é que numa elevada maioria das vezes a vítima e/ou agressor também vivenciaram situações de violência doméstica na estrutura familiar. A psicologia explica que essas vivências foram de tal forma intensas que não há possibilidade de separação. No fundo, um agressor também pode ser vítima de algo que teve de forma traumática na sua vida.
Algo que me causa bastante admiração é a explicação que estes protagonistas vítima/agressor dão para explicarem o porquê de aceitarem/praticarem estes atos: o ciúme. Algumas raparigas até demonstram um certo orgulho em saberem dos ciúmes excessivos do respetivo namorado.
Na minha perspetiva, o ciúme nunca, mas nunca pode ser uma explicação aceitável!
A ausência do respeito por si mesmo/a e pelo/a o/a outro/a é a base de todo este problema. Contudo, é necessário perceber que em muitos casos que não houve uma base educacional que proporcionasse tal estrutura.
Na minha opinião estes jovens, tanto a vitima como agressores, precisam de ajuda.
Esta ajuda poderá partir da escola, de casa ou até de organizações relacionadas como o apoio a vitimas de violência domestica.
Cabe, também, a cada um de nós fazer o seu papel na sociedade e denunciar estas situações, assim como, não julgar mas sim apoiar e estimular à mudança.

Concordo plenamente com a tua opinião sobre este tema.
O que me desagrada é perceber que a vítima não se considera desrespeitada nem percebe o quanto desprotegida se torna.
O respeito pelo outro, pela sua individualidade e pela sua liberdade devia ser a base de um relacionamento.
Quantas vezes a vítima interioriza que foi ela que provocou a reacção para determinado comportamento abusivo?
Existe por parte do agressor (pode ser agressão psicológica, física, verbal ou comportamental) um domínio sobre o outro, um controle quase absoluto.
A vítima sente-se aprisionada, incapaz de perceber que está a ser comandada pelo outro, não é dona do seu corpo, do seu pensamento, da sua vontade e de cada vez que deixa que isso aconteça, há um maior domínio sobre ela.
A aceitação deste controle, mesmo que seja uma aceitação inconsciente, é incompreensível porque destrói a segurança, a auto estima, a liberdade e a personalidade da vítima.
Na nossa sociedade, somos também espectadores activos nesta problemática, mas devido ao nosso egocentrismo, deixamos andar como se não fosse nada connosco.

O que é?
É um ato de violência, pontual ou contínua, cometida por um (ou ambos) numa relação de namoro, com o objetivo de controlar, dominar e ter mais poder do que o outro envolvido na relação.
Existem diferentes formas de violência:
-Violência Física (quando te bate, agarra, te atira objetos, ameaça usar a força física)
-Violência Sexual (quando te obriga a ter relações sexuais ou te força carícias)
-Violência Verbal (quando te chama nomes, te humilha, te intimida)
-Violência psicológica (controla a tua maneira de vestir, controla o que fazes nos tempos livres e com quem estás, te liga ou manda mensagens constantemente)
-Violência social (mexe sem a tua autorização nas tuas redes sociais ou telemóvel, diz mal de ti aos teus amigos e familiares)
À muitas causas para isto:
-ciúmes possessivos,
-perturbações psicológicas,
-uso de álcool e drogas,
-traumas do passado,
-crenças,
-desconfianças, etc
Na vítima as consequências são diversas, desde:
-dores de cabeça,
- perda/ganha de apetite
-nódoas negras,
-nervosismo,
-tristeza profunda
-baixa auto-estima,
-depressão,
-isolamento e nos casos mais graves até mesmo o suicídio


No início tudo é um mar de rosas, andam para lá e para cá, sempre juntos de mãos dadas e acham que o mundo é sempre rosa, começam a deixar os amigos e quando reparam só lá estão os dois.
Aí, ele ou ela, veem que podem dominar o outro, podem fazer o outro se sentir inferior e tudo isto começa. A primeira vez possivelmente por um estalo, a seguir por uns murros e quando se vê, já está incontrolável...
Não podemos deixar se quer isto acontecer uma vez, e se acontecer a vitima deve logo contactar a polícia para denunciar o agressor, sem medos e inseguranças! Porque mesmo que ele diga que mudou, que vai ser melhor e se arrependeu, quem é assim nunca muda!
Nestas situações a vítima precisa do apoio incondicional da família e dos amigos, pois vai ter de passar por um processo muito extenso e complicado!

Existem associações como a APAV, que podem ajudar pessoas nesta situação, se o outro não aceitar o fim da relação.
A APAV é uma associação particular de solidariedade social, que presta informação, proteção e apoio emocional, psicológico, jurídico e social a todas as vítimas, familiares e amigos, sendo o apoio gratuito e confidencial.


VIOLÊNCIA NÃO É AMOR!