A escassez global da água

A superfície do planeta Terra encontra-se coberta, em mais de dois terços, por água nos três estados físicos: líquido, sólido e gasoso.
A água é, de facto, o suporte de toda a actividade biológica e também um elemento fundamental ao nível dos equilíbrios naturais e geodinâmicos do planeta, que jamais deveriam ser quebrados por via da intervenção humana. As questões relativas à água não poderão nunca ser abordadas apenas sob um enfoque científico e técnico – que a reduza à sua condição de “recurso hídrico”,  sob pena de na sua análise serem descurados muitos aspectos essenciais, entre outros, sociais, ambientais, históricos, culturais, religiosos e patrimoniais. Sendo um mediador entre a natureza e as populações, a água é um recurso natural fundamental para o homem, factor decisivo e condicionador do desenvolvimento económico e social. A água é, a par do ar que respiramos, o mais importante e vital recurso natural.
Mais do que um factor de organização social, a água é um elemento crucial para a manutenção da identidade étnica e cultural das populações. Ela é uma componente fundamental na história da civilização humana, na sua multiplicidade de povos, culturas, tradições e saberes. Trata-se de um recurso com caraterísticas que o diferenciam de outros recursos de que o homem necessita para satisfazer as suas necessidades de base. A água não é substituível. A água é única.
O acesso à água não é uma questão de escolha: é, em meu entender, um direito que a todos deverá ser assegurado, independentemente da sua condição social ou económica.
A crescente tomada de consciência da existência de uma “crise global” em matéria ambiental, e da água, em particular, bem como dos avultados interesses em jogo, em matéria da sua gestão, conduziu à imperiosa necessidade de se alteraram os paradigmas vigentes no que concerne ao modo como o Homem gere este insubstituível recurso.
As alterações climáticas constituem uma ameaça sem paralelo ao desenvolvimento humano.
Água é liberdade. Quando o ser humano é privado do acesso à água potável no lar ou quando não dispõe de água enquanto factor de produção, as suas escolhas e liberdades podem ser fortemente condicionadas.
Ora, a melhoria da qualidade de vida das populações, função do desenvolvimento económico e social das mesmas, passa pela tomada de um conjunto de medidas que visem a protecção dos recursos naturais, na atualidade e num futuro próximo.
Para fazer face a este desafio há que operar um conjunto de mudanças radicais na nossa escala de valores, na nossa concepção da natureza, nos nossos princípios éticos. Estamos, pois, a viver um período de transição. É tempo de questionar os modelos de crescimento até agora vigentes à escala global.
A “crise global da água” reveste-se, cada vez mais, de uma importância crucial na definição dos destinos do planeta e das suas populações. Tais soluções só serão alcançadas mediante mudanças significativas na nossa concepção da natureza, na escala de valores e de princípios éticos, e no estilo de vida que queremos adoptar, daqui em diante.
Necessitamos de alterar radicalmente a nossa maneira de viver em sociedade e de rever os nossos princípios de exploração dos recursos naturais, que tenderá a ser agravada num futuro próximo.
Trata-se de aspirar a um novo modelo de desenvolvimento, alicerçado numa ética intergeracional que articule e valorize as diferentes dimensões do recurso, tantas vezes descuradas.
Neste sentido, é urgente que seja adoptada uma nova forma de olhar a água. Uma visão holística e integradora, capaz de reconhecer as múltiplas dimensões da problemática. Que tenha em conta os valores éticos, sociais, políticos, económicos e ambientais envolvidos.

“A água é a verdadeira riqueza numa terra seca; sem ela, a terra não tem valor. E se controlarmos a água, controlaremos a terra que dela depende." Wallace Stegner

A água, uma coisa tão simples, ao qual sem esta, a natureza não sobrevive.
Devido à sua escassez, a água tem vindo a ser um tema de grande polémica na nossa sociedade, chegando aos nossos ouvidos que este recurso natural será o bem mais precioso, o petróleo do século 21. Em diversas partes do mundo, como em regiões da África do Sul, já deixou de existir água, e a grande causa para este infeliz acontecimento são as alterações climáticas, que por sua vez são causadas pelo ser humano. Com o aquecimento global, as secas tornaram-se permanentes e por isso é que as reservas de água têm vindo a baixar cada vez mais.
Para tentarem arranjar uma solução para este problema, extremamente preocupante, os governos vão começar a dessalinizar a água do mar, para o posterior consumo humano. Mas será que isto resolve o nosso problema? Existe todo um esquema à volta desta situação. Para começar, maior parte dos nossos rios nascem em Espanha, e se a escassez de água começar a aumentar, a qualquer momento o governo espanhol pode desviar estes rios, e Portugal fica sem acesso às  suas maiores fontes de água, e todos nós sabemos que isso ainda não aconteceu porque a União Europeia não autorizou. Por este motivo, e tendo o nosso país uma grande área marítima, é que a dessalinização pode ser uma grande salvação para as gerações futuras.
Há quem também já tenha pensado noutras alternativas, como a reutilização das águas da chuva. Eu sei que as chuvas ácidas são cada vez mais frequentes devido ao aumento da poluição, mas a água da chuva poderá ser utilizada, não para consumo, mas sim para outros assuntos domésticos como lavar a louça, a roupa, as descargas de água, etc. A água poderá ser filtrada através de mecanismos instalados nos telhados das casas, e isto levará a uma grande poupança de água.
Para finalizar, o aquecimento global tem vindo a ser um dos maiores problemas que não só a humanidade como toda a natureza enfrentam, e diminuição de água disponível é apenas uma derivada deste. Para quem tem um lado otimista acerca deste assunto, estamos a começara a tentar arranjar soluções para resolver estes pequenos derivados, para que consigamos resolver o nosso grande grande problema.