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Opinião do livro “A Lua de Joana” Empty Opinião do livro “A Lua de Joana”

Qui Abr 18, 2024 7:07 pm
Dos livros que li, “A Lua de Joana” foi aquele que me fez sentir tudo e mais alguma coisa e foi também o que mais me marcou!
 
O livro “A Lua de Joana” está escrito na forma de cartas e, através delas, acompanhamos o que acontece na vida da Joana, ao longo de cerca de 1 ano. Todas as cartas são dirigidas à Marta, a sua melhor amiga, que faleceu 1 mês antes da escrita da primeira carta. A Lua é uma referência a um baloiço que a Joana tem no quarto, desenhado por ela, e com o formato de meia-lua.
 
A Marta morreu com uma overdose. Sem conseguir compreender o que levou a sua melhor amiga a entrar no mundo da droga e como forma de lidar com a perda, Joana começa a escrever-lhe cartas, quase diariamente, contando-lhe o que vai acontecendo na sua vida, como se de um diário se tratasse. Para além da questão do uso das drogas e das suas consequências, este livro aborda temas como a depressão e a solidão.
 
Este livro fez-me sentir tudo e mais alguma coisa, mas principalmente, fez-me sentir revoltada e perturbada. Primeiro, pela Joana e pela Marta terem ambas 13/14 anos quando tudo aconteceu. Enquanto lia o livro, dava por mim, em várias alturas, a colocar-me na pele destas miúdas e a tentar perceber o que é que eu faria se tivesse na mesma situação, ou qual seria o desfecho desta história se ela se tivesse passado num meio mais pequeno, como é aquele em que eu vivo.
 
De cada vez que os pais da Joana entram em cena, só dá vontade de saltar para dentro da história e de lhes dar um belo abanão! Enquanto pais, foram incapazes de ajudar a filha a lidar com o luto e não conseguiram perceber as mudanças pelas quais ela foi passando, algumas delas bastante evidentes, e que se tivessem sido notadas e trabalhadas, o livro poderia ter tido um final bem diferente. Caramba, a miúda era uma ótima aluna, mas começou a baixar as notas e reprovou de ano; todo o quarto era branco, desde mobília aos tecidos, e aos poucos foi deixando de o ser; por impulso, cortou o próprio cabelo bem curto; a sério que os pais não notavam que alguma coisa se passava? A sério que alguém pode ser tão distraído ao ponto de não perceber sinais tão óbvios? E será que na escola, os professores também não ficaram preocupados e com vontade de falar com a família, para perceber se estava tudo bem ou se havia algum problema? Ou será que estas mudanças só são óbvias para nós que lemos o livro?
 
 Na mesma casa vivem 5 pessoas: a Joana, o Jorge (irmão da Joana, com quem ela tem uma relação complicada; também conhecido por Pré-Histórico, Homem das Cavernas ou Homem do Cro-Magnon - só para referir alguns nomes), o doutor Brito (pai da Joana, médico cirurgião que passa a vida a oferecer relógios à filha, mas que nunca tem tempo para a família), a Isabel (mãe da Joana, descrita como uma mulher nervosa e superficial - dá mais atenção às aparências do que a qualquer outra coisa) e a avó Ju (avó da Joana e única pessoa da casa com quem Joana tem uma relação saudável, com quem sente que pode conversar e com quem pode contar para as atividades da escola); além destas pessoas, ainda existe uma empregada.
 
Ao ler o livro, percebemos que a Joana e a avó Ju tinham uma grande união, mais do que avó e neta, elas eram duas amigas. Uma cena que me deixou triste e sem esperança nestes pais, foi quando a avó Ju morreu, menos de um ano depois da Marta, e é a Joana quem fica com a responsabilidade de limpar o quarto da avó e de juntar as suas coisas, porque mais ninguém tinha tempo ou vontade de o fazer. Além disso, a avó Ju queria que algumas das coisas fossem entregues a um lar, e nem para entregar uma caixa alguém teve a sensibilidade de estar presente e ajudar. Ao ler estas situações, não admira que a miúda se sentisse tão sozinha…
 
Este livro absorveu-me de tal forma que quando o acabei senti a necessidade de uma continuação. O final do livro é um pouco incerto, uma vez que chegamos à conclusão que determinada coisa aconteceu, apesar de ela não ser dita de forma explícita. O que é que (realmente) aconteceu à Joana? Como é que a família reagiu a isso? O que é que acontece a seguir?
 
Se tivesse de escolher a minha personagem favorita, a Joana seria talvez a minha opção. Ainda assim, senti uma ligação a esta personagem, partilhei das suas emoções e dificuldades. Algo que me fez gostar tanto dela foi a sua energia e vontade de ação. É uma personagem bastante ativa e independente, já com uma personalidade bem vincada e valores bem definidos, apesar da idade.
 
Este é um livro que aborda temas e situações bastante fortes e recomendo vivamente!
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